A cobertura tríplex nunca habitada – localizada na região do Parque do Ibirapuera – possuía ambientes fragmentados e escuros.

A integração dos três pavimentos e a expressividade dos materiais foram os critérios essenciais neste projeto. Os espaços ganharam conexão visual através de generosas aberturas nas paredes dos 3 níveis do apartamento, enfatizando a relação entre os ambientes através dos jardins e das circulações. A escada – uma chapa dobrada em aço revestida por madeira na parte inferior e pedra branca na parte superior – aparece como o elemento escultórico que interliga os três pavimentos enfatizando a relação vertical.

Cada andar foi projetado para um uso específico e nesta ordem: MORAR, TRABALHAR E DESCANSAR. Assim, o primeiro nível abriga salas, dormitórios, cozinha e área de serviço tendo ao alcance a configuração básica da moradia. O segundo foi elaborado para receber uma biblioteca de 5 mil títulos integrada a um jardim onde o morador trabalha, lê e escreve. O último nível abriga a área de lazer, na qual um estúdio de música coexiste com o jardim do ofurô, sauna e churrasqueira, permeados por jardim vertical em toda a sua extensão.

O mobiliário foi exclusivamente pensado no sentido de valorizar os designers brasileiros. As obras de arte, tapetes, entre outros, estabelecem contraponto à ausência de ornamentos e ao desenho em linhas retas da residência.

A escolha dos materiais principais – a madeira, o vidro, a pedra clara e a vegetação- permitiu um diálogo com o entorno e diluiu seus limites, além de produzirem uma atmosfera luminosa e inspiradora para o morador que trabalha como escritor em casa.